UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 18 de agosto de 2012

Abismos de Mim


Vou num vôo silencioso
percorrendo caminhos traçados
no escuro
vôo sem medo,com segurança
mergulhando nos precipícios
de minha alma, num vôo raso
rebuscando fragmentos do passado
trazendo a baila pedaços de mim.
Acendendo labaredas mágicas
nos topos bem altos
nos traços e formas sem simetria
busco a geografia de minha alma
voando pelos desfiladeiros negros
enfrento os perigos
tenho a calma dentro do meu eu
sou bruxa dos meus medos
espanto a solidão ,afugento os perigos
que regem meu destino
Vôo por esse abismo sem fim
em busca da serenidade, pedindo
clemência aos meus fantasmas
que chafurdam perdidos nas lamas...

 (Autora: Arneyde T. Marcheschi)

Nenhum comentário: