UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 22 de maio de 2012

De Coração para Coração




O que separa corações não é a distância,
é a indiferença.
Há pessoas juntas estando separadas por milhares 
de quilômetros e outras separadas vivendo lado-a-lado.

Muitas vezes nos importamos com o que acontece no mundo,
 nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, 
mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado,
 na nossa casa, na nossa família
e mesmo na vizinhança.
Colocamos, sem querer, barreiras 
entre os corações que nos cercam.

A indiferença mata lentamente, anula qualquer sentimento;
 e assim criamos distâncias quando estamos tão próximos.

As pessoas se habituam tanto àquelas que convivem
 com elas que elas passam a não notá-las mais, 
a não dar mais importância.

Mas, se quisermos transformar o mundo, 
comecemos por transformar a nós mesmos.
Se quisermos entrar em combates para melhorar algo para o futuro, 
que esse combate comece dentro da nossa própria casa.

Precisamos olhar os que estão ao nosso lado
 sempre com olhos novos.
Comunicar mais, destruir mais barreiras 
e construir mais pontes.
Precisamos nos dar de coração a coração.
A melhor maneira de acabar com a indiferença 
de uma pessoa em relação a nós é amá-la.
O amor transforma tudo.

Não permita que pessoas ao seu lado morram de solidão!
Não permita que elas sintam-se melhor
fora de casa que dentro dela!
Dê atenção, dê do seu próprio tempo!
Comunique-se!
Assista menos televisão e converse mais.
Riam juntos.

Há quanto tempo você não diz para a pessoa
 que vive ao seu lado que gosta dela?
A gente não recupera tempo perdido.
Mas podemos decidir não perder mais.

Vamos amar os corações que nos cercam
 e tentar alcançar novamente aqueles que se distanciaram.

Há sempre tempo para se amar.
E se não houvesse, o próprio amor seria capaz de inventar.

(Autora: Letícia Thompson)

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