UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Amo

Amo os campos verdejantes
mesclados com as cores
das mil e uma flores
que a natureza semeou!
    
Amo o capim molhado
que a noite enserenou

Amo o rio de águas cantantes, 
amo a cascata murmurante véu de espuma
que de cima despencou.

Amo o mistério das matas
com os matizes do verde
que Deus lhe ofertou.

Amo o ruído do vento
que, balança os verdes ramos, 
num aceno de despedida a algo que além ficou.

Amo a chuva que despenca
pra banhar a natureza,
retirar as impurezas
que a poluição deixou.

Amo o brilho do sol,
amo as estrelas e a lua,
amo o azul do céu,
amo o verde do mar

Amo as claras manhãs,
amo as tardes ensolaradas.
Amo os ruídos da noite
e o silêncio das madrugadas.

Amo o mundo, amo a vida
porque viver é sonhar
Amo tudo que da vida recebi.

Amo até mesmo a saudade,
que traz de volta à memória
um tempo que já vivi.

(Autora: Vyrena)

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