UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Seja sincero consigo




Não mostre o que não é. 
Não diga que tem, se não tem;
que faz, se não faz; que pode, se não pode.
Mesmo que tudo lhe peça para ser o que não é,
guarde consigo a sinceridade.

Mostre-se da melhor maneira, 
vista-se e apresente-se agradavelmente, 
mas sem ferir o coração e a consciência com cargas mentirosas. 
Esses, por estarem ligados à vida, a Deus, 
exigem, se violentados, retificação,
até mesmo sofrimento.

O que você mostra por fora atinge você por dentro.
A sinceridade de agora forja o caráter que faz o bom amanhã.

(Autor: Lourival Lopes)

Nenhum comentário: