UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma Vida e Um Amor


Dos teus sonhos perdidos,
Lanço o anseio da vida
Sob os devaneios contidos
No seu detraído coração.

E tão loucamente, querida,
Das tuas razões bandidas
Revivo as emoções contidas
Na sua tão louca paixão.

E assim que for esperança
O meu afeto em teu peito,
Haverás de ser perfeito
O meu imenso esplendor.

Pois que há secretamente
Em cada ser dependente
A razão da vida, e do amor!
(Autor: Poeta Dolandmay)

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