São as horas paradas
Cada uma do ano atalho
Em hera entrelaçadas
Cobertas de esplêndido orvalho.
É a fala infantil
Que sua voz na flauta ensaia
A replica sutil
Coro de mata e vento e praia.
É a primeira pena
Pois o sonho em palavras mente
E a longe altiva rena
Confinada tomba demente.
É o inicial mosto
E saudade e só submissão
O Maldito indisposto
Que inspira comiseração.
É ainda na Camena
Que hesita pálida e se insurge
Com os seus sons acena
E assusta-se com o que surge...
Tal qual uva azedia
Que lenta perfuma e colora
Da folhagem sombria
Se alça a cotovia na aurora.
(Autor: Stefan George)
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