UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ao compasso de um tango


desperto-me em emoções espargidas,
poeira de velhos mundos
a dançar estrelas revividas. . .
abraço soluços do amar
entre sorrisos de águas
enamorados de som-luar. . .

num derramar-se de alma
há beijos florindo horizontes
sob olhares perdidos em calma. . .

e vestindo pedaços de infância
num cortejo de juventude ilusão
- breves sonhos!
ao embarcar nas distancias. . .

Mas, ao compasso de um tango,
eu ainda,
sonho, revivo e amo!

(Autora: Alviana Tzovenos)

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