É
freqüente vermos, em junho, escolas e comunidades promovendo as famosas
Festas Juninas que nasceram das devoções aos santos honrados
neste mês: São João, Santo Antônio e São
Pedro.
Queremos, com esta peça, apresentar um
teatro alegre, mas que ao mesmo tempo seja uma catequese sobre estes santos
tão queridos pelo povo. Caso não consigam o texto “Santos
Juninos”, referido na peça, preparem uma breve apresentação
da identidade dos santos juninos.
Trabalharemos com duas realidades no palco, a dos
santos no céu e a das pessoas na terra. Se tiverem como usar refletores,
ajudará muito na troca das cenas.
Entra um personagem com o figurino de caipira e recita
o texto “Santos Juninos”. Ao terminar, sai o personagem
e dá-se o foco nos santos João, Antônio e Pedro que
estão conversando.
João:
Meus Santos amigos, estou ficando mais velho, dia 24 de junho estou de
aniversário. A velhice se aproxima. (risadas)
Antônio:
E quantos anos faz o amigo João Batista?
João:
Olhe, Toninho, muito mais do que você pensa... (risadas) Faça
as contas: eu nasci seis meses antes de Jesus... Isso dá nada mais,
nada menos que dois mil e cinco anos.
Pedro:
É, tá velho mesmo (risadas)
João:
Olha quem fala... Você já era bem velho quando
Jesus lhe chamou. E agora, no dia 29 de junho, também você
ficará mais velho. (risadas... eles trocam abraços)
De repente eles param para ouvir. Uma pessoa da terra
faz um pedido, só a voz.
Mulher:
Oh! Meu milagroso Santo Antônio, fazei com que aquele por quem meu
coração chama, ouça a minha voz e, ouvindo-a, vá
aos pés de Deus Nosso Senhor comigo, vossa humilde devota. Amém.
Pedro:
Ih, isso é com você Antônio!
Antônio:
Ah, eu gosto muito de ajudar este tipo de pessoa. O problema
é que Jesus já não agüenta mais tantos pedidos
que eu o apresento.
João:
É mesmo. Só ontem eu levei até ele 6.346 pedidos
de casamento.
Pedro:
Ah João, você também está metido com este tipo
de problema?
João:
Sempre estive! Minha fama também é de ser
um santo casamenteiro. E não só, pois assim como o amigo
Antônio, temos o poder de encontrar objetos perdidos. Mas, para
os desinformados (aponta para Pedro), sou também protetor dos casados
e dos enfermos.
Antônio:
E você, Pedro?
Pedro:
Ah, eu sou considerado o protetor das viúvas e dos pescadores.
Ficam em silêncio sem saber o que falar. Instala-se
um momento de tédio.
Antônio:
Vejam rapazes, às vezes me sinto triste.
João:
Mas como Antônio, nós estamos no céu, aqui não
há tristeza!
Antônio:
É verdade, mas trata-se de uma tristeza diferente, Joãozinho.
É que sinto uma vontade enorme de participar da festa do meu aniversário.
Embora seja no dia 13 de junho, meus amigos me festejam o mês inteiro.
Pedro:
Então façamos uma festa nós aqui!
João:
Ótimo! E convidemos os Serafins para tocarem cornetas
e harpas. Ah, Santa Cecília poderá ajudar também!
Antônio:
Mas é diferente amigos, parece que vocês não entendem,
lá as pessoas dançam forró, fazem fogueiras, tem
pé-de-moleque, balões e o que eu mais gosto: a dança
de quadrilha.
Pedro:
Eu tenho uma sugestão...
João:
Lá vem o chefe... (risos)
Pedro:
É sério João. Ele poderia se disfarçar e ir
para o meio do povo.
Enquanto isso nós agüentamos as pontas aqui.
Enquanto isso nós agüentamos as pontas aqui.
Antônio:
Ah, vocês são uns santinhos mesmo. (eles se entreolham,
riem e saem)
O outro lado do palco já deve estar enfeitado
com símbolos de festa junina e inicia-se a música adequada.
Há várias pessoas: conversam, dançam, pulam a fogueira...
Santo Antônio caminha disfarçado por
entre as pessoas. Ele pára e começa a ouvir duas mulheres
conversando com sotaque.
Mulher
1: Ah, Nestorina, tenho certeza absoluta que o Silvinho
vai ficar caidinho por mim, amanhã mesmo!
Mulher
2: E como tens tanta certeza assim, ô abobada?
Mulher
1: Ah, simples. Ontem fiz a simpatia de São João.
É tiro e queda. O Santo não tem como negar!
Ele olha para a platéia e levanta os ombros
como se não soubesse de nada. Elas continuam conversando enquanto
ele se afasta e dá de cara com um bêbado procurando algo.
Bêbado:
Oh, não tá enxergando não? Tá bêbado
é ô traste. (Antônio se afasta e o bêbado
procurando algo no chão recita a oração) Meu
Santo Antônio, ajude a achar o meu único tostão, pois
cachaça não cai do céu não!
Antônio balança a cabeça negativamente
e se afasta desconsolado. Ele tenta se animar andando pela festa, pula
a fogueira e se depara com outras pessoas conversando.
Pessoa
1: Mas é mesmo, e como sofre o pobre Santo Antônio!
Ele fica curioso.
Pessoa
2: É verdade. Mas qual é a última
agora?
Pessoa
1: A última é que as moças começaram
a pegar o Santo, o amarram pelo pescoço com um cordão bem
grosso, e depois o jogam na escuridão da cacimba de um poço!
Pessoa
2: Que coisa horrível a fazer com nosso santinho...
Pessoa
1: É o desespero de arrumar homem, querida. Contam
até a história de uma moça do interior que não
encontrando marido, após tantas simpatias, pegou Santo Antônio
e, pela janela do sobrado onde morava, jogou-o na rua.
Pessoa
2: E daí, o que aconteceu?
Pessoa
1: Ah, mas eu te conto. No exato momento ia passando pela
frente de sua casa um rapaz que por pouco não foi atingido pelo
santo. O rapaz apanhou o santo, subiu as escadas do sobrado, com a intenção
de devolvê-lo à moça desesperada e um se agradou do
outro, namoraram, noivaram, casaram e foram muito felizes...
Pessoa
2: Êta santo porreta, hein!
Antônio parece feliz, mas também desapontado.
Ele sai do palco enquanto a música junina vai mixando com a clássica.
Em foco, o céu. Pedro e João conversam, quando entra Antônio
desanimado.
João:
Ô meu Santo Antônio, como foi a sua festa?
Antônio:
A minha não, ouvi por lá que a festa é para nós
três!
Pedro:
Mas que desânimo é este? Cadê a alegria do forró,
da quadrilha, da fogueira...
Antônio:
Olha irmãos, é preferível ouvir harpa com segurança
ao lado dos santos, do que ao som do forró ser enforcado, afogado
e lançado pela janela.
Todos caem na gargalhada. Enquanto saem abraçados
e rindo, pode-se iniciar um música de forró.
(Fonte: missaojovem.com.br)
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