UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vendaval de Flores



Sopra o vento sorrateiro
invadindo meu jardim,
as flores se curvam diante da
soberania que a tempestade anuncia.

Pétalas soltas se espalham,
em um vendaval de flores,
o perfume enebriante domina
meus pensamentos.

Cores se misturam e como
um sonho, meu olhar terno se
enche de esperança,
a calmaria se aproxima, e uma
brisa envolvente penetra em meu peito.

A flor delicada, que
encanta corações e
desperta paixões, agora
mais resistente.

Ao vendaval resistiu,
e em flor se abriu.

 (Autora: Elizabeth Assad)

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