UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Opinião dos Outros

Você se importa com a opinião que os outros
têm a seu respeito?
Se a sua resposta for
não,então você é uma pessoa que sabe de si
mesma.
Que se conhece.
É auto-suficiente.

No entanto, se a opinião dos outros sobre você
é decisiva,vamos pensar um pouco sobre o quanto
isso pode lhe ser prejudicial.

O primeiro sintoma de alguém que está sob o
jugo da opinião alheia,é a dependência de
elogios.Se ninguém disser que o seu cabelo,
a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está
bem,a pessoa não se sente segura.

Se alguém lhe diz que está com aparência de
doente, a pessoa se sente doente e logo procura
um médico.Se ouve alguém dizer que está gorda,
desesperadamente tenta diminuir o peso.
Mas se disserem que é bonita,inteligente,
esperta,ela também acredita.Se lhe dizem que é
feia,a pessoa se desespera.Principalmente se não
tem condições de reparar a suposta feiúra com
cirurgia plástica.

Existem pessoas que ficam o tempo todo à
procura de alguém que lhes diga algo que as
faça se sentir seguras, mesmo que esse alguém
não as conheça bem. Há pessoas que dependem
da opinião alheia e se infelicitam na tentativa
de agradar sempre. São mulheres que aumentam
ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz,
para agradar seu pretendido. Como se isso fosse
garantir o seu amor.

São homens que fazem implante de cabelo,
modificam dentes, queixo, nariz, malham até à
exaustão, para impressionar a sua eleita. E,
quando essas pessoas, inseguras e dependentes,
não encontram ninguém que as elogie, que lhes
diga o que desejam ouvir, se infelicitam e, não
raro, caem em depressão.

Não se dão conta de que a opinião dos outros é
superficial e leviana, pois geralmente não
conhecem as pessoas das quais falam. Para que
você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e
a se aceitar como você é. Não acredite em tudo o
que falam a seu respeito. Não se deixe
impressionar com falsos elogios, nem com críticas
infundadas.

Seja você. Descubra o que tem de bom em sua
intimidade e valorize-se. Ninguém melhor do
que você para saber o que se passa na sua alma.
Procure estar bem com a sua consciência, sem
neurose de querer agradar os outros, pois os
outros nem sempre dão valor aos seus esforços.

A meditação é excelente ferramenta de auto-ajuda.
Mergulhar nas profundezas da própria alma em
busca de si mesmo é arte que merece atenção e
dedicação. Quando a pessoa se conhece, podem
emitir dela as opiniões mais contraditórias que
ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois
sabe da sua realidade.

Nesses dias em que as mídias tentam criar
protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude
do corpo como único bem que merece investimento,
não se deixe iludir.

Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou
aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma.
A eterna juventude é atributo do espírito imortal.

O importante mesmo, é que você se goste. Que
você se respeite. Que se cuide e se sinta bem. A
opinião de alguém só deve fazer sentido e ter
peso, se esse alguém estiver realmente interessado
na sua felicidade e no seu bem-estar.

Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve
provocar tristeza ou alegria em demasia. Os
elogios levianos não acrescentam nada além do
que você é, e as críticas negativas não tornarão
você pior. Busque o autoconhecimento e aprenda
a desenvolver a auto-estima.

Mas lembre-se: seja exigente para consigo, e
indulgente para com os outros. Eis uma fórmula
segura para que você encontre a autoconfiança e
a segurança necessárias ao seu bem-estar efetivo.
E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a
do caráter, que procede da alma justa e nobre.

Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos
outros.

(Autor Desconhecido)

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