Jogo a saudade sobre a mesa,
grudo os desapontos no teto.
Passo reto, abro alas.
empurro mágoas pendentes no corredor.
Recolho um favor que, desprezado,
jaz no canto, roto e desbotado,
encosto de um lado um desafeto.
Abro alas, passo reto.
com a gota de lua caída da aurora,
e lavo minha história.
divisam-se glórias impolutas.
Descubro-me mulher, guerreira, artista
e bato palma.
percebo logo ali um sol nascente.
Meu passo é reto,
abro alas.
Sigo em frente.
(Autora: Flora Figueiredo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário