E em todos segundos segundo "Essa" luz,
Infinito presente do que foi e será,
No que havia e há...
Jesus!
Livre imensidão inversa do "eu",
A voz do silencio no silencio se deu,
Imenso Dom em dom brilhou...
Criou-Se universo que de Si ar respira
E do nada, e em tudo, amou o "não ser" que estou;
Soprou-me o barro e em mim o Seu Ser moldou
Amou-me ainda o "mim" incerto; pedra caiada,
Açoites em rosas, ações em prosas, lassa mentira.
E amou-me tanto, ao sol, no pranto, no fio da espada.
De Si fez-se nada, menor do céu, maior dos réus
Poeira do chão, menos que um grão, verme danado,
Fez-se pecado, julgado insano, farrapo humano...
Por mim coroado, toda força sangrou, crucificado
Pela lei do Sinai, no cume da dor, abandonado.
(Autor: Manito O. Nato)
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