e queimar o rosto das estátuas cegas.
Uivos pavorosos animavam a treva
e a monstruosa boca devorava os raios.
Eu cheguei a ver, diante ao santuário
sombras das serpentes e leões alados.
Pálidos senhores eram ali flagrados
nas propícias noites plenas de mistérios.
Quantas galerias... Eu imaginava
todo o labirinto em rigoroso inverno.
Uma era a porta colossal do inferno.
Outras se abriam em paisagens mágicas.
Bruxos se perdiam nessas sendas. Iam
em busca de verbenas e de ervas raras.
Velhos da aldeia recolhiam versos
que os gnomos bêbados de luz, cantavam.
Entre picaretas, cordas e machados,
bússolas modernas, capacetes claros,
vi os majestosos homens da ciência,
um dia, perfilarem ante a porta imensa.
Tochas transformaram o fabuloso mito
numa gruta imunda, cheia de aranha e xisto.
(Autor Desconhecido)
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