UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 24 de outubro de 2009

Paz Perfeita


Certa vez um rei teve de escolher
entre duas pinturas,
qual mais representava a paz perfeita.
A primeira era um lago muito tranquilo,
este lago era um espelho perfeito onde
se reflectiam algumas plácidas montanhas
que o rodeavam,
sobre elas encontrava-se um céu
muito azul com nuvens brancas.
Todos os que olharam para esta pintura
pensaram que ela reflectia a paz perfeita.
Já a segunda pintura também
tinha montanhas,
mas eram escabrosas e não tinham
uma só planta, o céu era escuro,
tenebroso e dele saíam faíscas
de raios e trovões.
Tudo isto não era pacífico.
Mas, quando o rei observou
mais atentamente,
reparou que atrás de uma cascata havia um
pequeno galho saindo de uma fenda na rocha.
Neste galho encontrava-se um ninho.
Ali, no meio do ruído da violenta camada
de água, estava um passarinho
calmamente sentado no seu ninho.
Paz Perfeita.
O rei escolheu essa segunda pintura
e explicou:
"Paz não significa estar num lugar
sem ruídos, sem problemas...
Ou sem dor.
Paz significa que,
apesar de se estar no meio de tudo isso,
Permanecemos calmos e tranquilos
no nosso coração.
Este é o verdadeiro significado da paz."

(Autor Desconhecido)

Nenhum comentário: