UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 24 de outubro de 2009

Em estado de magia...

Se eu fosse uma fada
Faria...
Da noite uma eterna
Melodia.
Mas como sou apenas mortal
Deito-me nos teus braços
E vivo uma existência irreal
Pelos meus olhos passam cristais
Provo estranhas poções e hidromel
Sinto-me além dos demais
Sou a princesa mais bela
Do reinado que é o teu amor
Quando me assomo à janela
Dos verdes prados sinto o perfume
Nesta magia em que vivo
Maravilho-me com a noite
Do dia sinto ciúme
Anseio para que termine
E o teu corpo volte a sentir
Assim todo o fogo que encerro
Se apazigua e extingue
Em mais um ato de amor.

(Autor: Desconhecido)

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