UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 3 de junho de 2012

Fragilidade



Deixe que eu deite
em seu colo, e adormeça
com suas mãos
me acariciando a cabeça,
num cafuné macio
que me faça sonhar...

Nem que por uma noite
apenas seja,
me deixe ficar,
me abrace e me proteja
antes que o dia venha
pra me despertar...

Faz tanto tempo
que não conheço essa calma,
essa paz inundando
toda a minha alma,
sempre sozinha
enfrentei a minha sorte.

Me rotularam como mulher
de garra e valente.
Esqueceram que
muitas vezes sou carente
e sou tão frágil quando
aparento ser forte!

(Autora: Arethuza Viana)

Nenhum comentário: