UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Poema do Amigo



Escuta meu amigo...
A qualquer hora em que chegares, 
sentarás comigo à minha mesa.
A qualquer hora em que bateres à minha porta, 
o meu coração também se abrirá.
A qualquer hora em que chamares, 
eu me apressarei.

A qualquer hora em que vieres, 
será o melhor tempo de te receber.
A qualquer hora em que te decidires, 
estarei pronto para te seguir.
A qualquer hora em que quiseres beber, 
eu irei à fonte.
A qualquer hora em que te alegrares, 
eu bendirei ao Senhor.
A qualquer hora em que sorrires, 
será mais uma graça que o senhor me concede.
A qualquer hora em que quiseres partir, 
eu irei à frente nos caminhos.
A qualquer hora em que caíres, 
eu estenderei os braços.
A qualquer hora, em que te cansares, 
eu levarei a cruz.

A qualquer hora em que te sentires triste, 
eu permanecerei contigo.
A qualquer hora em que te lembrares de mim, 
eu acharei a vida mais bela.
A qualquer hora em que partires,
 ficarás com a lembrança de uma flor.
A qualquer hora em que voltares, 
renovarás todas minhas alegrias.
A qualquer hora que quiseres uma rosa, 
eu te darei toda roseira.
Eu te digo tudo isso, 
porque não posso imaginar uma amizade
que não seja toda, 
de todos os instantes e para todo bem. 

(Autor: Rivalcir Liberato)

Nenhum comentário: