Category: | Books |
Genre: | Literature & Fiction |
Author: | Diana Gabaldon |
Sinopse: "O ano é 1772, às vésperas da revolução Americana, e o longo pavio da rebelião já corre aceso: em Boston, as ruas estão coalhadas de homens mortos, e, no interior da Carolina do Norte, cabanas isoladas no meio da floresta queimam na escuridão. Sobre a casa no assentamento de Fraser´s Rigde, onde o guerreiro escocês Jamie Fraser e sua família moram, uma sombra se projeta."
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Quando comentei a Cruz de Fogo, disse que Diana Gabaldon conseguia manter o ritmo de suas narrativas, fazendo com que a história como um todo fizesse sentido, essa conclusão só vem sendo confirmada ao longo da leitura da série.
Um Sopro de Neves e Cinza é um livro especial, que mantém o interesse na série intacto, continua as tramas iniciadas, e vai ampliando nossa visão sobre todos os personagens, e, principalmente, sobre a mente e a vida das pessoas do século XVIII.
Comparativamente esse livro é como a primeira parte da Libélula, começam as preparações da guerra vindoura, e Jamie precisa ultimar sua posição, pois sabe qual será o desfecho dessa luta. E mais uma vez ele deve salvar sua gente, e se colocar como um traidor... logo ele, cuja honra está a toda prova.
Adorei o livro, como sempre, a Diana é uma das minhas autoras favoritas, pois consegue reunir num mesmo livro muita aventura, informações históricas, um romance (ou vários, se preferirem) inesquecível, tudo com maestria, já que as narrativas não são cansativas – é como se os personagens estivessem conversando com o leitor, tão reais, como se pudéssemos tocar neles.
Vou deixar a Diana fisgar vocês (lógico, não resisto uma citação) aí vai:
"Há uma coisa que eu gostaria de lhes dizer – Jamie disse abruptamente, no meio de um silencia sonolento. – A Ambos. – Pássaro ergueu as sobrancelhas em uma lenta indagação, narcotizado de tabaco.
(...)– As mulheres da minha família são... – Tateou, sem saber a palavra cherokee. – Aquelas que veem em sonhos o que vai acontecer. – Lançou um olhar a Cameron, que pareceu aceitar suas palavras normalmente, pois balançou a cabeça, e fechou os olhos para tragar a fumaça até os pulmões.
– Elas têm a Visão, então? – ele perguntou, ligeiramente interessado. Jamie assentiu. Era uma explicação tão boa quanto qualquer outra.
– Elas viram algo referente aos tsalagis. Tanto minha mulher quanto minha filha viram a mesma coisa. A atenção de Pássaro se aguçou a ouvir isso. Os sonhos eram importantes; mais de uma pessoa compartilhar o mesmo sonho era extraordinário e, portanto, ainda mais importante.
– Lamento lhes dizer – Jamie disse, sinceramente. – Daqui a sessenta anos, os tsalagis serão expulsos de suas terras, removidos para outro lugar. Muitos morrerão nesta jornada, de modo que o caminho que percorrerão será chamado de...
–Buscou a palavra para lágrimas, não a encontrou, e terminou: – a trilha onde choraram.
(...)– O que elas me dizem, o que minhas mulheres me dizem...
– Lutava para encontrar palavras que fizessem sentido – o que veem em seus sonhos, isso irá acontecer, se disser respeito a muita gente. Mas elas acham que pode não acontecer se disser respeito a pouca gente, ou a uma pessoa.
(...)—Então, pode ser que alguns não irão? – Cameron perguntou incisivamente – Poderão escapar?
– Assim espero – Jamie disse simplesmente. Permaneceram em silêncio por alguns instantes cada homem fitando o fogo, cada qual com suas próprias visões – do futuro ou do passado.
– Essa sua mulher – Pássaro disse finalmente, profundamente pensativo –, você pagou muito por ela?
– Ela me custou quase tudo que eu tinha – ele disse, com um tom irônico que fez os outros rirem. – Mas valeu a pena."
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Quando comentei a Cruz de Fogo, disse que Diana Gabaldon conseguia manter o ritmo de suas narrativas, fazendo com que a história como um todo fizesse sentido, essa conclusão só vem sendo confirmada ao longo da leitura da série.
Um Sopro de Neves e Cinza é um livro especial, que mantém o interesse na série intacto, continua as tramas iniciadas, e vai ampliando nossa visão sobre todos os personagens, e, principalmente, sobre a mente e a vida das pessoas do século XVIII.
Comparativamente esse livro é como a primeira parte da Libélula, começam as preparações da guerra vindoura, e Jamie precisa ultimar sua posição, pois sabe qual será o desfecho dessa luta. E mais uma vez ele deve salvar sua gente, e se colocar como um traidor... logo ele, cuja honra está a toda prova.
Adorei o livro, como sempre, a Diana é uma das minhas autoras favoritas, pois consegue reunir num mesmo livro muita aventura, informações históricas, um romance (ou vários, se preferirem) inesquecível, tudo com maestria, já que as narrativas não são cansativas – é como se os personagens estivessem conversando com o leitor, tão reais, como se pudéssemos tocar neles.
Vou deixar a Diana fisgar vocês (lógico, não resisto uma citação) aí vai:
"Há uma coisa que eu gostaria de lhes dizer – Jamie disse abruptamente, no meio de um silencia sonolento. – A Ambos. – Pássaro ergueu as sobrancelhas em uma lenta indagação, narcotizado de tabaco.
(...)– As mulheres da minha família são... – Tateou, sem saber a palavra cherokee. – Aquelas que veem em sonhos o que vai acontecer. – Lançou um olhar a Cameron, que pareceu aceitar suas palavras normalmente, pois balançou a cabeça, e fechou os olhos para tragar a fumaça até os pulmões.
– Elas têm a Visão, então? – ele perguntou, ligeiramente interessado. Jamie assentiu. Era uma explicação tão boa quanto qualquer outra.
– Elas viram algo referente aos tsalagis. Tanto minha mulher quanto minha filha viram a mesma coisa. A atenção de Pássaro se aguçou a ouvir isso. Os sonhos eram importantes; mais de uma pessoa compartilhar o mesmo sonho era extraordinário e, portanto, ainda mais importante.
– Lamento lhes dizer – Jamie disse, sinceramente. – Daqui a sessenta anos, os tsalagis serão expulsos de suas terras, removidos para outro lugar. Muitos morrerão nesta jornada, de modo que o caminho que percorrerão será chamado de...
–Buscou a palavra para lágrimas, não a encontrou, e terminou: – a trilha onde choraram.
(...)– O que elas me dizem, o que minhas mulheres me dizem...
– Lutava para encontrar palavras que fizessem sentido – o que veem em seus sonhos, isso irá acontecer, se disser respeito a muita gente. Mas elas acham que pode não acontecer se disser respeito a pouca gente, ou a uma pessoa.
(...)—Então, pode ser que alguns não irão? – Cameron perguntou incisivamente – Poderão escapar?
– Assim espero – Jamie disse simplesmente. Permaneceram em silêncio por alguns instantes cada homem fitando o fogo, cada qual com suas próprias visões – do futuro ou do passado.
– Essa sua mulher – Pássaro disse finalmente, profundamente pensativo –, você pagou muito por ela?
– Ela me custou quase tudo que eu tinha – ele disse, com um tom irônico que fez os outros rirem. – Mas valeu a pena."
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