UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 24 de abril de 2011

Domingo de Páscoa


O Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, 
é o dia em que até mesmo a mais pobre igreja
se reveste com seus melhores ornamentos,
é o ápice do ano litúrgico. 
É o aniversário do triunfo de Cristo. 
É a feliz conclusão do drama da
Paixão e a alegria imensa depois da dor. 
E uma dor e alegria que se fundem pois se 
referem na história ao acontecimento
mais importante da humanidade: 
a redenção e libertação do pecado da
humanidade pelo Filho de Deus.
São Paulo nos diz : 
"Aquele que ressuscitou Jesus Cristo
devolverá a vida a nossos corpos mortais". 
Não se pode compreender nem explicar a grandeza 
da Páscoa cristã sem evocar a Páscoa Judaica, 
que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam, 
como festejaram os hebreus há três mil anos. 
O próprio Cristo celebrou a Páscoa todos 
os anos durante a sua vida terrena, 
segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, 
até o último ano de sua vida, 
em cuja Páscoa aconteceu na ceia
e na istituição da Eucaristia.
Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, 
deu à comemoração tradicional da libertação 
do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. 
Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, 
mas o mundo inteiro,
a quem prepara para o Reino dos Céus. 
A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - 
celebra a proteção que Cristo não cessou nem 
cessará de dispensar à Igreja até que Ele 
abra as portas da Jerusalém celestial. 
A festa da Páscoa é, antes de tudo, 
a representação do acontecimento chave da humanidade, 
a Ressurreição de Jesus depois de sua morte 
consentida por Ele para o resgate
e a reabilitação do homem caído. 
Este acontecimento é um dado histórico inegável. 
Além de que todos os evangelistas fizeram referência. 
São Paulo confirma como o historiador que se apoia, 
não somente em provas, mas em testemunhos.
Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. 
Como não se alegrar pela vitória d' Aquele que tão 
injustamente foi condenado à paixão mais terrível
e à morte de cruz?, 
pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, 
esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.
Este é o dia da esperança universal, 
o dia em que em torno ao ressuscitado, 
unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, 
as desolusões, as humilhações, as cruzes, 
a dignidade humana violada,
a vida humana respeitada.
A Ressurreição nos revela a
nossa vocação cristã e nossa missão: 
aproximá-la a todos os homens. 
O homem não pode perder jamais 
a esperança na vitória do bem sobre o mal. 
Creio na Ressurreição?, a proclamo?; 
creio em minha vocação e missão cristã, a vivo?; 
creio na ressurreição futura? , é alento para esta vida?, 
são perguntas que devem ser feitas.
A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa 
que a purificação total do homem, 
a libertação de seus egoísmos, 
de sua sensualidade, 
de seus complexos, purificação que, 
ainda que implique em uma fase de
limpeza e saneamento interior, 
contudo se realiza de maneira positiva
com dons de plenitude, 
com a iluminação do Espírito, 
a vitalização do ser por uma vida nova, 
que transborda alegria e paz - 
soma de todos os bens messiânicos-, 
em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. 
São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: 
"Se ressuscitastes com Cristo, então vos
manifestareis gloriosos com Ele".

(Fonte: Mensagensvirtuais.com)

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