UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Como esquecer?


Como esquecer os dias cinzentos
se são eles que me trazem o
brilho do sol?
Como esquecer as derrotas
se são elas que me proporcionam
vitórias?
Como esquecer os erros
se são eles que me dão lições?
Como esquecer a solidão
se foi ela que me trouxe os amigos?
Como esquecer as tristezas
se elas é que fizeram a minha
sorte mudar?
Como esquecer os planos fracassados
se só o fracasso pode me dar
a ventura de sonhar?

(Autor: Ragen Mendenhall)

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