UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Unidos fraternalmente


Tu és cego
e eu sou surdo
e mudo:
Se tua mão tocar a minha
nos entenderemos.

Agora brincamos
de esconde-esconde.

Se te esconderes
em meus coração
não será difícil
que eu te encontre.

Mas se te escondes
atrás de tua couraça
será inútil
que alguém
procure te encontrar.

(Autor: Gibran Kahlil Gibran)

Nenhum comentário: