UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Escuta, meu amigo...


A qualquer hora em que chegares,
sentarás comigo à minha mesa.

A qualquer hora em que bateres a minha porta,
o meu coração também se abrirá.

A qualquer hora em que chamares,
eu me apressarei.

A qualquer hora em que vieres,
será o melhor tempo de te receber.

A qualquer hora em que te decidires,
estarei pronto para te seguir.

A qualquer hora em que quiseres beber,
eu irei a fonte.

A qualquer hora em que te alegrares,
eu bendirei ao Senhor.

A qualquer hora em que sorrires,
será mais uma graça que o Senhor me concede.

A qualquer hora em que quiseres partir;
eu irei à frente nos caminhos.

A qualquer hora em que caíres,
eu estenderei os braços.

A qualquer hora, em que te cansares,
eu levarei a cruz.

A qualquer hora em que te sentires triste,
eu permanecerei contigo.

A qualquer hora em que te lembrares de mim,
eu acharei a vida mais bela.

A qualquer hora em que partires,
ficarás com a lembrança de uma flor.

A qualquer hora em que voltares,
renovarás todas minhas alegrias.

A qualquer hora que quiseres uma rosa,
eu te darei toda roseira.

Eu te digo tudo isso, porque não posso imaginar
uma amizade que não seja toda,
de todos os instantes e para todo bem.

(Autor: Rivalcir Liberato)

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