UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Um Amor Sem Fim



O Amor é como o sol
Nutre a vida
E forja emoções
Infindas...

Paira nos céus
E emana o élan vital
Orvalho e magia
Que saciam corações...

Ama-se o dia e a noite
As estrelas e a lua
Ama-se dançar
Ao luar...

Ama-se a Natureza
E o mar azul
Que tudo doam
Sem nada tomar...

O Pintor apreende
As cores e formas
Do arco-iris, das flores
Ama pintar e criar...

Ama-se o vento
E as tempestades
Ama-se a bonança
Plena de esperanças...

Ama-se o pássaro
E as árvores que o acolhem
Ele as semeia
Em todo lugar...

Ama-se o jardim
As abelhas e o mel
O beija –flor a beijar
E as borboletas a voar...

Ama-se... as coisas
As gentes do mundo
Ama-se a si próprio
Neste infindável amar...

Consegues ser assim?

Então...ames a mim
Que vivo a te buscar
No âmago deste Amor
Sem fim...

(Autora: Alice Luconi Nassif)

Nenhum comentário: