UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Matizes



Cabelos soltos corpo esguio
Um olhar perdido no horizonte
O coração pedindo passagem
                      numa noite de luar.

O vermelho abrindo-se em flor
verdejando o amanhã em carícias
de matizes amarelas, brancas
e azuis.



São pássaros...
Ou seria a minh' Alma
em sintonia com a sua...?

(Autora: Andréa Motta)

Nenhum comentário: