UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Calma



Se você está no ponto de estourar mentalmente
silencie alguns instantes para pensar.
Se o motivo é moléstia no próprio corpo,
a intranqüilidade traz o pior.
Se a razão é enfermidade em pessoa querida,
o seu desajuste é fator agravante.
Se você sofreu prejuízos materiais,
a reclamação é uma bomba atrasada,
lançando caso novo.
Se perdeu alguma afeição,
a queixa tornará você uma pessoa menos simpática,
junto de outros amigos.
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás,
a inquietação é desperdício de tempo.
Se contrariedades aparecem,
o ato de esbravejar afastará de você
o concurso espontâneo.
Se você praticou um erro,
o desespero é porta aberta a faltas maiores.
Se você não atingiu o que desejava,
a impaciência fará mais larga distância
entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma,
trabalhando, porque, em todo problema,
a serenidade é o teto da alma,
pedindo o serviço por solução.

(Autor: André Luiz - Psicografado por Francisco Cândido Xavier)

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