UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 13 de julho de 2010

Errante

Como um sussurro na noite
Que me diz baixinho:
"Não chores mais!"
Como um querer alucinante
De fugir de mim
Para te sentir como os demais
Como um carrossel errante...
Que expulsa cavalos e cisnes
Tudo e mais nada...

Assim é
Quando te sonho, acordada
Sendo a mais bela história
A que ficou por contar
Sendo o mais belo abraço
Aquele, cativo no teu olhar.

(Autor Desconhecido)

Nenhum comentário: