UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 17 de julho de 2010

A Grande Escola... A Vida!

Sem as quatro paredes,
somos alunos e mestres.
Aprendemos na infância
que viver é descobrir e aprendemos
na velhice que ainda temos
muito para aprender.
Aprendemos na adolescência
dolorosamente com os muros
do não que toda liberdade
tem o seu preço.
Aprendemos com a morte
que a vida é valiosa e com as flores
que a vida aqui não é eterna.
Aprendemos quando negamos
e quando nos negam.
Quando estamos felizes ou quando
o mundo desaba sobre nossa cabeça.
Aprendemos que somos fortes
e que ser humilde não é aceitar
a dor de cabeça baixa
como uma fatalidade do destino,
mas tirar dela todas as lições
para um recomeço ainda melhor.
As alegrias nos ensinam
que a vida vale a pena e as tristezas
que os momentos felizes
são tão preciosos quanto
a água em momentos de sede.
As guerras nos ensinam
o valor da paz,
a fome o valor do pouco,
as catástrofes o da solidariedade,
as diferenças o da compreensão
e da tolerância.
A solidão nos ensina
a inestimável graça de se ter alguém
do lado e as multidões
que de vez em quando faz bem
se estar consigo mesmo...
É quando perdemos
que valorizamos o que temos.
Foi através do Calvário
que DEUS nos ensinou o amor
e o valor do perdão.
Foi com suor e sangue que nos mostrou
que não há um fim
se o homem ainda crê
que existe uma saída e que a vida,
por mais dolorosa que seja,
é apenas uma ponte entre
o agora e a eternidade.
Quem crê nisso vive e viverá!

(Autora: Letícia Thompson)

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