UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 11 de junho de 2011

Cupido - A Sua História de Amor

Cupido e Psiquê  - (Museu do Louvre- Paris)
Vênus (a mãe de Cupido) estava com ciúmes da grande beleza de Psiquê, uma jovem mortal, e ordenou que o filho a castigasse. Mas, ao ver tamanha beleza, Cupido apaixonou-se por ela.

Algum tempo depois, Cupido casou-se com Psiquê e ergueu um castelo com um belo jardim, onde ambos viveriam o seu amor.

Como Cupido era um deus e Psiquê, uma mortal, ela não podia olhar para o rosto do marido. Mas as suas irmãs, invejosas, acabaram por convencê-la a não aceitar essa ordem.

Certa noite, Psiquê, curiosa, pegou numa lamparina e iluminou o quarto para ver Cupido adormecido. Ao ver que ele era tão belo, ela deixou cair sobre ele uma gota do óleo da lamparina, acordando-o.

Cupido, então, teve de a castigar por tal acto. Partiu, levando consigo o castelo e o jardim, deixando Psique sozinha.
Psiquê, arrependida, decidiu lutar pelo seu amor e foi até ao templo de Vénus. A deusa da beleza deu-lhe, então, uma série de tarefas para cumprir, cada uma mais difícil do que a outra.

Se Psiquê conseguisse realizá-las, teria de volta o amor de Cupido.

Depois de cumprir quase todas as tarefas, Psique recebeu as instruções para uma última: nessa teria de descer até ao Hades (a terra dos mortos) e colocar um pouco da beleza de Perséfone, a esposa de Plutão, numa pequena caixa que lhe fora dada.

Ela não podia abrir a caixa depois de cumprir a tarefa.

Mas depois de fazer o que era preciso, sentiu-se, de novo, curiosa e acabou por abrir o cofre; este continha não a beleza, mas sim um sono mortal que a dominou.

Quando Cupido encontrou o corpo da esposa, ela já estava sem vida. Ele, então, valeu-se dos seus poderes divinos e retirou o sono mortal que
  preenchia o corpo de Psique, depositando-o de volta na caixa.

Ao ver o seu grande amor de volta à vida, ele decidiu perdoá-la, assim como fez sua mãe, Vênus.

Os deuses, comovidos pelo grande amor de Psique por Cupido, resolveram transformá-la numa deusa, para que ambos pudessem viver, por toda a eternidade, o grande amor que os unia.

(Fonte: junior.te.pt)

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