UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Foi-se


Quando o sol surge no horizonte
Com ele surgem as marcas
Marcas de um dia que passou, marcas inconfudíveis.
De um amanhecer cujo dia ainda é de se esperar.
Marcas.
Como o sol que se põe ao entardecer
Você partiu.
Nossa hiustória foi um dia.
Pela manhã havia mistério, nada certo;
Até pude sentir a brisa fria,
Começou a se desenrolar,
E ao meio-dia o ápice do calor nos envolveu.
A tarde também se despedida, você também dava adeus.
Sua partida foi num final de dia foi
Como um final de dia,
Frio, sem brilho, porém marcante
Você partiu!
A vi se despedindo, rumando para
novos horizotes, você partiu.
Como não posso fazer nada, impedir o fim do dia
Também não tive o que fazer diante de ti.
Gostaria de ir contigo, não posso
Pois estou aqui no mesmo lugar
E você, só partiu.

(Autor: Julio Rayzer)

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