UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 26 de junho de 2011

Pela Manhã



Sentia um soluço sufocado
Dentro de um peito magoado.
Uma vontade de chorar. Às vezes...
Desejo de sorrir, de sair de si.
E ela saiu...
Saiu, pra ver o sol.
De braços abertos mergulhou no ar.
Ela viu... Um sol radiante! Pensou
em, estrelas brilhantes.
Viu e sentiu que já não era noite.

Era dia! Dia de Acordar!
Percebeu... Que o amor é leve.
Que o perdão é suave.
Que carinho é viver.
Ai! Ela, não quis mais chorar,
porque estava a desabafar,
tudo o que naquela noite passou.

(Autor: J. G. da Silva)

Nenhum comentário: