UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 28 de junho de 2011

São Pedro - Porteiro do Céu







Pedro é outro santo que nasceu com nome diferente. 
Chamava-se Simão, ou Simeão. Nascido em
um vilarejo pagão na Galiléia, levou a vida como
pescador na cidade de Carfanaum, até que, 
junto com seu irmão André, foi convocado 
por João Evangelista para fazer parte do grupo
mais próximo de seguidores de Jesus Cristo.
Simão era um dos apóstolos preferidos de Cristo, 
que admirava sua liderança firme e lhe deu 
o nome de Pedro (Petrus), que significa pedra, rocha. 
Justificando isso, Jesus teria dito: "És Pedro! 
E sobre esta rocha construirei minha Igreja".
Dizem que Pedro viveu muitos anos após a morte de Jesus Cristo,
dedicando sua vida à pregação das palavras 
de seu mestre pelo Império Romano, tanto na
Palestina quanto em Antióquia. Por esse motivo 
e por sua proximidade com Cristo, 
ele é considerado fundador da Igreja Católica Romana. 
Contam algumas versões que Pedro foi 
executado em Roma quando tinha 64 anos.

Porteiro do céu

O povo vê São Pedro como o "porteiro do céu", o manda-chuva e o padroeiro dos pescadores. A presença dele na tradição oral portuguesa e brasileira é constante. Quando começa a trovejar, as crianças sempre ouvem dizer que "é a barriga de São Pedro que está roncando" ou que "São Pedro está mudando os móveis do céu de lugar". E, quando chove mesmo, "é São Pedro que está lavando o chão do céu".
Na Bahia e em comunidades pesqueiras do Ceará, São Pedro é comemorado em alto-mar, com uma procissão em meio às ondas. No cortejo em frágeis jangadas artesanais, os fiéis pedem proteção aos céus. A imagem do santo, que também é pescador, é colocada em um andor e vai navegando pelo litoral. Depois do cortejo, os pescadores participam de uma missa campal na beira da praia.

(Autor Desconhecido)

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