UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tempo... Tempo...



Brindemos a estação mais quente do ano
no corpo, na pele e na mente...
nudez passeando nas areias das praias
amores explodindo nos corpos ardentes.

Verão que alucina e aquece a alma...
trás lembranças passadas voando no tempo,
amores achados e perdidos ao sabor do vento,
dor das lembranças que morrem no abandono
que a memória vai deixando pra sempre.

Saudade passada do futuro presente,
vivendo o agora, amamos mais quentes,
ao sabor da paixão que aquece a vida morna,
procurando amor que encontra na frente.

Borboleta colorida que embeleza o momento
a engrenagem do mundo sempre em movimento,
imperfeição que a humanidade sempre se esquece
de viver intensamente o momento presente.

É no agora que se encontra certamente
todos os desejos da alma e do corpo
do amor de amantes que se querem pra sempre!

(Autora: Márcia Rocha)

Nenhum comentário: