UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Amar, um jeito próprio de sentir


É aquele jeitinho que a gente sente
quando nossa mãe nos pega no colo
e nos cobre de carinho.

É aquele jeitinho gostoso de ter alguém
que nos ouve com paciência, e nunca dá
sinal de estar se cansando com a conversa
da gente.

É o jeito feliz que domina a gente quando,
com jeito, tratamos de um passarinho
machucado.
Ou damos comida a um gatinho assustado.

O amor surge nas horas mais inesperadas.
No breve momento em que descobrimos,
em silêncio, uma simples coisa bonita ou
quando olhamos um pássaro sumir no
alto do céu atrás de um azul mais puro.

Quando vemos uma flor solitária que
ninguém mais soube ver.
Ou quando, achamos um cantinho
calmo, bem a jeito da gente, e aí ficamos
pensando.

O amor começa pelas coisas mais pequenas:
Pode começar no dia em que, pela primeira
vez, fazemos confidências a alguém... ou
quando a gente ajuda a quem precisa de nós.

Também começa o amor quando, mesmo
sem palavras, sabe alguém que sentimentos
está outro alguém sentindo.

O amor vem devagar e, no entanto, de
repente que a gente o sente chegar.
Já não estamos mais sozinhos e em nós
já não há tristeza nenhuma.
O amor é um sentimento feliz que fica
no coração por toda a vida.

(Autor: Joan Walsh Anglund)

Nenhum comentário: