“Então abriu-se o Templo de Deus no céu, a Arca da Aliança apareceu no Seu Templo (...). Depois, apareceu um grande sinal no céu: uma mulher revestida de Sol, tendo a Lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”
(Apoc. 11, 19-12, 1)
Esta visão do Apocalipse é considerada, num certo sentido, como a última palavra da mariologia. Contudo, a Assunção que aqui é expressa de modo magnífico possui contemporaneamente um seu sentido eclesiológico. Contempla Maria não só como Rainha de toda a criação, mas como Mãe da Igreja. E como Mãe da Igreja, Maria elevada e coroada no céu, não deixa de ser “envolvida” na história da Igreja, que é a história da luta entre o bem e o mal.
São João escreve: “Apareceu então outro sinal no céu: um grande dragão vermelho” (Apoc. 12, 3). Este dragão é conhecido pela Sagrada Escritura como inimigo da Mulher, desde os primeiros capítulos do livro do Gênesis (cf. Gn. 3, 14).
No Apocalipse, o mesmo dragão coloca-se diante da Mulher que está para dar à luz, preparando-se para lhe devorar o filho apenas ele nascesse (cf. Apoc. 12, 4). O pensamento dirige-se de modo espontâneo para a noite de Belém e para a ameaça que o édito perverso de Herodes representava para a vida de Jesus recém-nascido, o qual mandava “matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo” (Mt. 2, 16).
De tudo quanto o Concílio Vaticano Il escreveu, emerge de modo singular a imagem da Mãe de Deus, profundamente inserida no mistério de Cristo e da Igreja. Maria, Mãe do Filho de Deus, é ao mesmo tempo Mãe de todos os homens, que no Filho se tornaram filhos adotivos do Pai celeste. Manifesta-se precisamente aqui a incessante luta da Igreja. Como uma mãe, à semelhança de Maria, a Igreja gera filhos para a vida divina, e os seus filhos, filhos e filhas no Filho unigênito de Deus, são constantemente ameaçados pelo ódio do “dragão vermelho”: satanás.
O autor do Apocalipse, enquanto mostra o realismo desta luta que continua na história, também põe em relevo a perspectiva da vitória definitiva por obra da mulher, de Maria que é a nossa Advogada, poderosa aliada de todas as nações da terra.
O autor do Apocalipse fala desta vitória:
“E ouvi uma voz chamar no céu:
´agora chegou a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus
e o poder do Seu Cristo´ ” (12, 10).
O autor do Apocalipse fala desta vitória:
“E ouvi uma voz chamar no céu:
´agora chegou a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus
e o poder do Seu Cristo´ ” (12, 10).
A solenidade da Assunção apresenta-nos o reinar do nosso Deus e o poder de Cristo sobre toda a criação. Juntos louvemos a Mãe de Cristo e da Igreja, unidos a quantos a venerarem em todas as partes da terra. Quanto desejaria que em toda a parte e em cada língua se exprimisse a alegria pela assunção de Maria! Como desejaria que deste mistério brotasse uma luz vivíssima sobre a Igreja e sobre a humanidade! Cada homem e cada mulher tome consciência de ser chamado, de modos diversos, a participar na glória celeste da sua verdadeira Mãe e Rainha. Todo homem e toda a mulher são chamados a ser participantes da glória, como diz Santo Ireneu: “Glória Dei vivens homo, vita autem hominis visio Dei”. São palavras que contém em si a nossa vocação pessoal no mundo e na Igreja.
Louvado seja Jesus Cristo!
(Fonte: A Virgem Maria - Catequese do Papa João Paulo II)
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