UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Maio - Mês Mariano



O mês de Maria, a mãe de Deus e nossa, chegou!
A primeira referência a respeito de maio como
mês mariano encontramos na Idade Média,
com as Cantigas de Afonso X, o Sábio, 
 rei de Castela e León (+1284).
Cantando a abundância dos bens que maio traz
(é a estação das flores na Europa), o rei cristão
convidava a invocar Maria a fim de que as bênçãos espirituais
e materiais fossem ainda maiores
(cf. Dicionário de Mariologia, Paulus, 1995, p. 887).
No paganismo antigo, neste mês se honrava
a deusa da vegetação “Flora Máter”;
mas aquela que merece ser venerada por
“todas as gerações” (Lc 1,48) é a Imaculada Mãe do Filho de Deus!
Em 1917, tempo de guerras e confusões,
Maria Ssma. se manifestou ao mundo através de
humildes pastorinhos (Lúcia, Jacinto e Francisco)
em Fátima, Portugal, convidando a todos a
rezar diariamente o Terço pela paz pelo mundo
e a conversão dos pecadores.
O dia 13 de maio marcou o início das aparições,
que se estenderam até 13 de outubro.
Grande influência estes fatos tiveram para
a instituição da festa litúrgica (hoje memória)
do Imaculado Coração de Maria, estabelecido
pelo Papa Pio XII em 1944
(decreto “Cultus liturgicus”), um fato importante
para a história da liturgia e da mariologia
(só comparável ao de Lourdes, na França).
O Papa Pio VII foi o primeiro Sucessor de São Pedro
a conferir ao mês de maio especiais indulgências, em 1815. 
Os papas posteriores vão confirmar esta devoção mariana. 
Por exemplo, em 1897 o Papa Leão XIII assim se expressou na sua Encíclica “Augustíssima Virgem Maria”: 
“Depois de havermos dedicado a esta divina 
Mãe o mês de Maio com o dom das nossas flores
consagremos-lhe também, com afeto de singular piedade, 
o mês de Outubro, que é mês dos frutos. 
De feito, parece justo dedicar estes dois meses do 
ano àquela que disse de si: 
"As minhas flores tornaram-se frutos de glória 
e de riqueza" (Eclo 24,23)” (n. 4). 
Os santos não vão deixar de honrar Maria de um 
modo especial neste mês. Em seu Diário espiritual, 
S. Faustina Kowalska se propunha
– no ano de 1937 – uma “flor” aos “pés de Nossa Senhora” 
– Qual? “A prática da mansidão” (n. 1105; cf. 1114). 

(Fonte: Misericordia.org)

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