UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 13 de junho de 2010

Ternura, Amor e Solidão!!!

Se a brisa da manhã tocar o teu rosto e num gracejo fogoso fizer teus cabelos brincar, saiba que é um carinho meu, que sem querer dizer adeus, pedi ao vento para te entregar...

Se ao andar pelas matas sentir o cheiro da vida, de folhas secas e molhadas, perfume de flores, pode ser jasmim ou qualquer coisa assim, é ainda a minha mensagem que vai com o meu perfume, para você jamais esquecer de mim...

Ao ouvir o barulho de água cristalina, limpa, pura, vai te lembrar minhas loucuras tentando te conquistar. Uma cachoeira barulhenta vai te lembrar minha risada quando eu só queria te encantar...

E ao ouvir pássaros cantando, em alguns galhos namorando, recordará algumas canções que a gente escutava, sentados em qualquer cantinho, deixando a
canção dizer o que havia em nossos corações...

Se uma gota de orvalho atrevida em tua face pingar e mais uma outra, ainda insistente, cair, é apenas uma lágrima que escorregou, é essa imensa saudade a me consumir...

E, ao cair da tarde, quando tudo for silêncio... olhe para o horizonte, escuta quando a noite chegar... a mesma estrela vai te dizer que, mesmo que nunca mais te encontre, eu jamais vou te esquecer...

(Autor Desconhecido)

Nenhum comentário: