como o leitor imagina,
dentro do campo; está certamente,
na arquibancada.
Ali, feroz ou silenciosa,
o torcedor exerce o seu dom divino
de acertar sempre.
Não erra um chute, não erra um drible,
não erra um passe.
E é precisamente essa soberana competência
que o leva a vaiar o próprio ídolo
que perdeu o gol;
o gol que ele nunca deixou de fazer,
lá de cima,
chutando as pernas do vizinho.
Copa do mundo ganha quem ama o futebol.
Copa se ganha com as pernas,
com a cabeça,com o coração,
com a alma, com os nervos;
sofrendo fora do campo
e vibrando dentro do campo.
Copa do Mundo se ganha com fé,
mas também com medo de perdê-la.
A bola dos homens é arma de fogo,
tiro certeiro no coração do torcedor.
O torcedor é apenas um homem
que rompeu as obrigações e está aqui,
agora, no estádio,
reencontrando seu perdido eu de inspiração
– um pouco menino, correndo atrás da bola;
um pouco poeta, correndo atrás da amada;
um tanto guerreiro, buscando a glória
no chão do rival; um tanto homem,
fugindo do tempo que passa.
(Autor: Jornalista Armando Nogueira)
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