Em branco linho ou no seleiro impuro
Virás, eu juro, reanimar-me inteiro
E matinal respiro há de romper o escuro
Quando ofertado me será teu peito
Serei refeito das dores e temores idos
Aleitamento em vôo de paz terá efeito
Nos vicejantes sonhos por ti acolhidos.
Quando ofertados me serão teus sonhos
Em sussurrar secreto te poderei ouvir,
No embalo de notas e lábios risonhos,
Solfejadas pérolas, meu sonho invadir
Ao jorrar nos corações do amor o sumo
Em verão miscigenado de rumor e calma
Nossa incerteza reencontrará seu rumo
Sorvendo, por consumo, do suor da alma
Dissipadas divisas veremos esmaecer
E recrudescer o frio e fino fio do desejo
À relva, recostados em nosso anoitecer,
Voltar a crer, viver do gosto de novo beijo
(Autor: Manito O. Nato)
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