UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 29 de junho de 2010

A lágrima é uma chuva

Quando lágrimas escorrerem em seu rosto
Imagine-as como gotas de chuva que aproximam-se com o vento
Que caem dos céus como um refrescante sopro
Que vem para purificar a natureza
Um sopro divino que vem pra varrer do olhar o mais triste choro
dos corações a mais profunda tristeza,
O chover, frio, limpando nas flores teias e ciscos
e das lágrimas o escorrer, quente, limpando no coração tristezas e atritos
E em seu coração resplandecerá singular beleza
Como o raiar do sol, engrandecendo por detrás das árvores, após a chuva
Um sorriso, lindo, o seu, desabrochará novamente,
igual a mais linda rosa, justamente após a mais torrencial das chuvas,
com um brilho único, igual ao mais belo raiar do sol.

As lágrimas são as chuvas que lavam o coração.

(Autor: Ronaud Pereira)

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