UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

São João - As Festas e os Bacamarteiros



Os Bacamarteiros são outra atração dos festejos
juninos. Com os seus "poderosos" bacamartes
eles atiram para festejar o Santo Antônio casa
menteiro, o nascimento de São João Batista e
São Pedro. Por ter em suas origens raízes militaristas,
os Bacamarteiros se apresentam divididos
em "batalhões", sob as ordens de um "comandante",
e vestidos com roupas iguais de "azuarte"
(espécie de brim, azul índigo, parecido com jeans).
O harmônico de oito baixos, o triângulo, a zabumba
de couro curtido e os pífaros animam as
apresentações dos batalhões de Bacamarteiros
(Carneiro, 1974; Souto Maior & Valente, 1988 e outros).
A tradição dos Bacamarteiros é centenária e passa
de pai para filho. É tão importante e tão levada
a sério que, quando o pai morre e não há filhos
homens na família, é a filha ou esposa quem toma seu
lugar no batalhão, mantendo o costume.
Os bacamartes são, em sua maior parte copiados de modelos
de antigas granadeiras usadas pelas tropas
sertanejas que lutaram na Guerra do Paraguai.

(Autores: Dininha/Nilceu)

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