UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Outono: período de reflexão na busca de respostas para nossos problemas...

Na longa jornada da Terra em volta do Sol, temos quatro pontos importantes, cada um marcando uma mudança de estação. São dois Solstícios que determinam o Verão e o Inverno e dois Equinócios, que dão início ao Outono e Primavera.

Nos Equinócios, as noites e os dias são iguais para ambos os Hemisférios. A 20 de março teremos no Hemisfério Sul o fim do Verão e início do Outono. No Hemisfério Norte será o contrário; término do Inverno e início da Primavera. Os Equinócios ocorrem quando a linha do Equador terrestre coincide com o Equador Celeste.

Nos Equinócios, dias e noites têm a mesma duração. Os raios solares distribuem-se de forma igual por toda a Terra. Apenas a curvatura do planeta define o ângulo de incidência dos raios solares, pois não há qualquer inclinação do seu eixo Norte-Sul.

Equinócios são, portanto, pontos de equilíbrios da Terra em sua trajetória ao redor do Sol. Para muitos, representa o verdadeiro início do Ano Solar, para outros representa o momento de equilíbrio do nosso interior.

Na verdade, é um momento sagrado que deve ser celebrado, pois representa uma importante fase do Eterno Ciclo Cósmico do qual o ser humano faz parte.

A chegada do Outono para nós do Hemisfério Sul, representa o necessário período de recolhimento e preparação para os dias frios do Inverno. É o início de um período de repouso físico, psíquico e espiritual. A própria natureza precisa deste momento. Vide, por exemplo, como se comportam as plantas nesse período. Elas, falando de forma figurada, vivem um período de dormência.

É um período de interiorização e de reflexões profundas. De muita quietude interna, de silencia, de pensarmos e repensarmos quanto ao nosso papel no mundo e do que estamos fazendo da nossa vida. É um precioso período para que os seres humanos procurem buscar respostas sobre nossa existência. Enfim, um período do despertar das nossas consciências.

(Autor: Zair Schuster)

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