UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 25 de abril de 2010

Amigos são estradas...

Certos amigos são indispensáveis,
simples como aquela estradinha de terra no interior,
onde do alto da colina podemos avistá-la inteirinha,
sabemos onde podemos ir e onde podemos chegar,
são transparentes e confiáveis.
Outros, acabaram de chegar, como estradas
que só conhecemos pelo Guia, e vamos nos
aventurando sem saber muito bem seus limites,
é um caminho desconhecido,
mas que sempre vale a pena trilhar.
Tem amigos que lembram aquelas estradas vicinais
que pouco usamos, pouco vemos, mas sabemos que
quando precisarmos, ela estará lá,
poderemos passar e cortar caminho,
mesmo distante, estão sempre em nossa memória.
E existem amigos que são como aquelas estradas
que desapareceram, não existem mais,
mas que sempre ligam a nossa emoção até a saudade,
saudade de uma paisagem, um pedaço daquela estrada,
que deixou marcas profundas em nosso coração.
Foram, mas ficaram impregnados em nossa alma.

(Autor Desconhecido)

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