De que, pensando, me desencarcero,
Foi que eu, num grito de emoção, sincero,
Encontrei, afinal, o meu Nirvana!
Nessa manumissão schopenhaueriana,
Onde a vida do humano aspecto fero
Se desarraiga, eu, feito força, impero
Na iminência da Idéia Soberana!
Destruída a sensação que oriunda fora
Do tato - ínfima antena aferidora
Destas tegumentárias mãos plebéias -
Gozo o prazer, que os anos não carcomem,
De haver trocado a minha forma de homem
Pela imortalidade das Idéias!
(Autor: Augusto dos Anjos)
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