UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 14 de julho de 2012

O Tempo


O tempo corre depressa... 
caminho lentamente...
sem pressa de chegar ao meu destino.
Onde ansiava estar, percebo que já estou;
Nos braços do amor de onde não mais me
Apartarei.

Cheguei de um tempo esquecido em seu ser,
para trazer-te a recordação das canções que
o tempo apagara em seu coração.
Caminhantes serenos agora somos, navegamos
sem destino, sabendo que nosso destino já
encontramos.

Os componentes do tempo ,não mais mudam
para nós.
Ele deixou de existir, no exato instante que
percebemos que não morremos jamais.

Somos livres para voar e transpor vários
portais, que nos afastavam de nossa condição
de seres imortais.

Eu sou o que sou... o que sou?

Sou o caminhante, que agora segue a
linha do tempo,
seguindo seu curso sem deter-se para, para
se questionar se ele irá passar.

Ele não para, mas eu parei no instante
que compreendi que não terei fim... assim...
o medo evapora-se.
De posse de mim estou e isto
Já me basta, para viver plenamente o amor,
que descobri em meu interior."!

(Autor Desconhecido)

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