UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Alívio, Dor, Utopia ou Amor


I
Minha vida, vem me dar
O que mais quero ganhar
Seja alívio, seja dor
Utopia ou amor

II
Alívio é bem vindo
Dor, somente se necessário
A utopia já existe, e
O amor... sem comentários!

III
Alívio nos deixa
Leve e serena
Sem culpa no coração
E com esperança nas mãos

IV
Dor nos abre portas
para o pensar
Descobrimos o que temos de bom
E começamos a lutar

V
Utopia às vezes é bom
Nos permite imaginar
Com ela até o impossível
Se deixa concretizar

VI
Amor nem se comenta
Amor se desvenda
Seja no papel ou na lágrima
Seja no abraço ou na palavra

VII
Chego à conclusão
Que o ALÍVIO cega a DOR
Que formou aquela UTOPIA
Num concreto AMOR.

(Autora: Walkiria Lopes Cruz)

Nenhum comentário: