Quero um amigo espiritual que cuide
de meus jardins:
do coração para que ele não sofra
com sentimentos menores;
dos olhos,
para que ele só perceba a beleza que
há nos outros,
nunca o lado feio;
dos ouvidos,
para que os gritos estridentes sejam
compreendidos e relevados;
da minha garganta,
da minha garganta,
para que ela não adoeça dizendo o que
não deve aos outros;
da minha voz,
da minha voz,
para que eu não me encha de sabedoria
relativa e julgue, julgue, julgue;
de minha língua,
de minha língua,
para que eu não seja maledicente;
de minhas mãos,
de minhas mãos,
para que elas construam infinitamente o bem;
de minhas pernas;
de minhas pernas;
para que elas não se cansem na caminhada
da vida,
perseguindo o futuro idealizado!
Quero um jardineiro paciente com
os meus defeitos,
tão cruzados, insistentes, inusitados;
Quero um jardineiro que me oriente
Quero um jardineiro que me oriente
como combater as ervas daninhas;
que sopre em meus ouvidos todo dia:
Perdôe! Perdôe! Perdôe!
Sem esse amigo espiritual,
Sem esse amigo espiritual,
tão leve, sóbrio, amoral...
sinto muito,
não consigo conviver com a eterna luta
entre o bem e o mal!
(Autora: Margaret Pelicano)
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