UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo (Poesia Alexandrina)



Tu, grande pendão ao amor mui feliz e lindo!
Salvai-me o nosso coração ao Deus vivido,
Amai-me a vossa amizade branda à paz.
A luz airosa aos olhos do vosso carinho;
Vós,que podeis amar-me o vosso silfo...
Sois os vossos amores sem fel ao coração
Amo-te,fui dantes ao vosso coração do Cristo
O cálix bem-amado ao fulgor mais corações:

"Hás de embalar-me o nosso amor fulgente,
Amo as belas amigas pela felicidade...
Sorvei-me a bela amizade aos seus amores
Amo a languidez do vosso carinho ao Cristo".

Hão de abraçar-me o vosso carinho do Deus,
Tu,que dormes o ser luzente à força da luz
Amai-vos a nossa felicidade,querido Jesus!
Tu,que amas a vossa felicidade,querida.

Sê mui feliz como a vastidão deleitosa,
Torna-me a bela amiga mais amores de mim
Sobeja o vosso colo ao doce carinho,
Querida! És um amor fúlgido da minha vida.

Saudai-vos a vossa bela amizade,querida!
A vossa saudade da minha amiga sem fel,
Amo-te,és tão querida ao meu coração
Faze-me o feliz ano novo ao carinho!

(Autor:Lucas Munhoz)

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