UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 1 de novembro de 2009

Ritual, como realizar?


Toda a bruxa tem seu altar onde coloca seus instrumentos sagrados. Entretanto, não é uma exigência tê-lo sempre montado. Podemos guardar nossos objetos de poder em gavetas de cômodas e montá-lo tão somente quando realizamos algum tipo de ritual.

Quando for montar seu altar, ele deve firmar-se geograficamente no centro de quatro direções: norte/sul, leste/oeste. As tradições variam quanto aos elementos ou símbolos que devem ser usados para representá-las. Instala-se a terra ao norte, o fogo a leste, o ar ao sul e água a oeste.

Os arcanjos: Uriel no norte para a terra, Miguel no leste para o fogo, Gabriel no sul para o ar e Rafael a oeste para a água.

O mais importante é que os quatro elementos estejam representados em seu altar. Um modo de representá-los é: com uma pedra para a terra, uma vela para o fogo, incenso para o ar e um cálice de água (elemento água). O pentagrama ou pentáculo deve ser colocado no centro, sempre com a ponta posicionada para cima, apontando o norte. Acima dele coloque o porta incenso. A sua esquerda ponha uma vela preta e à direita, uma vela branca. Essas velas servem para direcionar a energia. Nós Bruxas, acreditamos que a energia entra pela esquerda e sai pela direita. Não se esqueça que a cor preta atrai energias, absorvendo todas as cores da luz. Já a cor branca, reflete todas as cores e funciona como um transmissor, irradiando a energia oriunda do altar.

Também é providencial colocarmos itens de proteção em nosso altar, como um coral negro ou sal marinho.

O altar deve ser montado antes de traçarmos o círculo, pois não se pode transpô-lo depois de traçado.

O círculo tradicional usado pelas Bruxas tem o diâmetro de 3 metros. Para traçá-lo necessitamos de uma bússola que nos informe onde fica o norte magnético, pois é a partir desse ponto que iniciamos o seu traçado.


TRAÇANDO O CÍRCULO E DANDO INÍCIO AO RITUAL

Para dar início a um ritual, em primeiro lugar devemos traçar um círculo mágico.

Os círculos são lugares poderosos para realizar trabalho espiritual e curativo. Num círculo encontramos os deuses e em alguns rituais atraímos para baixo o poder do Deus e da Deusa, e assim nos convertemos neles.

Ao organizar um círculo mágico, purificamos primeiro o espaço que usaremos com os quatro elementos de terra, ar, fogo e água. Caminhamos ao redor da área que se tornará o círculo mágico levando conosco uma tigela de sal e água (representando a terra e água) e um incensório (representando o fogo e o ar).

Enquanto percorremos a trajetória do círculo devemos dizer:

"Pela água e pela terra, pelo fogo e pelo ar, pelo espírito, seja esse círculo amarrado e purificado como desejamos. Assim seja!"

Depois a sacerdotisa empunhando seu cetro, caminha na direção dos ponteiros do relógio em redor do círculo três vezes, dizendo:

"Faço esse círculo para proteger-nos de todas as forças e energias negativas e positivas que possam surgir para nos causar danos.Encarrego esse círculo de atrair unicamente as mais perfeitas, poderosas, corretas e harmoniosas forças e energias que sejam compatíveis conosco. Faço esse círculo para servir de espaço sagrado entre os mundos, um lugar de perfeito amor e de perfeita confiança. Assim seja!"

Agora devemos invocar as quatro direções e as energias dos elementos, anjos e os poderes que neles residem usando o atame, o cetro, a espada ou o dedo indicador para desenhar um pentagrama invocador quando olhamos de frente em cada direção. Você pode escrever essa invocação e recitá-la do modo que achar melhor.

Por exemplo, podemos convidar os poderes animais e os espíritos a se juntarem à nos. Do sul, convidamos o leão; do oeste, a águia e o salmão; do norte, o javali, o urso, o lobo, o boi de chifres brancos; do leste, os pássaros do ar.

A seguir devemos convidar os Deuses e Deusas Celtas: Cernunnos, o Deus Cornífero; Ceridwenn, Deusa de Lua e da Magia; Brigit, Deusa do Fogo e da Fertilidade; Dagda, o Pai dos Deuses; Danann, A Mãe dos Deuses. Os Deuses e Deusas à serem invocados também podem ser mudados, dependendo do tipo de ritual.

Pede-se que eles nos concedam sabedoria e compreensão para os nossos trabalhos, de modo que sejam para o nosso bem e para o bem de todos.

Em seguida, lemos nossos sortilégios pessoais. Nunca use papéis reciclados para escrever seus sortilégios.

A forma mais comum para escrevê-los é:"Peço em nome da Deusa/Deus, que a mim (fale seu nome) seja concedido (indicar aqui seu desejo)...Peço que isso seja correto e para o bem de todas as pessoas. Assim seja".

Depois de falar o sortilégio, acrescente:

"De nenhum modo esse feitiço reverterá ou fará recair sobre mim qualquer maldição".

Ao terminar, a sacerdotisa deve caminhar em sentido inverso dos ponteiros do relógio em torno do círculo dizendo: "o círculo está agora desfeito, mas não quebrado".

(Autora: Rosane Volpatto)

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