UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Alma Cigana

A música alegra meu coração
Danço para mim... Encanto a multidão.
Enquanto minha saia gira sem fim
Não paro nunca não.

Gosto das cores, tecidos, sabores, vestidos.
Gosto de ter a alma livre...
Ter a grama sob os pés
E o luar sobre a cabeça.

Por amor não me contenho
A paixão é minha sentença.
Arrisco, ouso.
Vôo sem rumo... Caio de cabeça.

Vou para qualquer lugar do mundo
Amo enquanto houver certeza.
Sigo meu instinto
Falo com clareza.

Me queira assim! Queira um amor forte.
Não tire a beleza e alegria de mim
Siga junto!
E serás livre comigo até o fim.

Pois tenho alma cigana
Alma livre...Alma alegre.
Alma que encanta e fascina
Uma alma que nada deve.

(Autora: Carolina Salcides)

Nenhum comentário: