UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ofereço uma rosa



A quem me deu perfume,
A quem me deu sentido,
A quem só me fez bem.
Ofereço uma rosa,
Àqueles que sorriram comigo,
Àqueles que comigo partilharam lágrimas,
Àqueles que souberam da minha existência.
Ofereço uma rosa
Aos nobres do sentir
Aos ricos do viver
Aos imperadores do amor.
Ofereço uma simples rosa
Àqueles que simplesmente foram amigos,
Que ternamente fizeram do silêncio sair sons,
Que cantaram comigo,
Que me olharam e me sentiram.
Ofereço a minha rosa,
Àqueles realmente interessantes!

(Autor Desconhecido)

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